Além de escravidão e escravo, há um outro termo muito utilizado, mas que não encontramos, principalmente, nos livros didáticos, uma definição, que é o de escravismo. Não é difícil, ao olhar os capítulos desta ferramenta pedagógica, que falem sobre a escravidão, encontrarmos o termo, “escravismo antigo” ou “escravismo moderno”, mas não há uma preocupação em conceituá-lo, dizer o que é o escravismo.
Partindo deste ponto é importante se ter a percepção de que, falar em escravismo, é falar de uma sociedade, onde a escravidão é uma relação predominante, mesmo que haja outras formas de relação de produção. Mas não se resume somente a isto. O escravismo está inserido em no modo de produção escravista na sua forma concreta, pois, trata das formações sociais, já o modo de produção, se caracteriza como algo abstrato. Visto que, quando falamos em modo de produção, estamos falando de uma espécie de modelo, que pode nos ajudar na análise socioeconômica de uma sociedade, como Mangolin (2010) e Colao (2006) nos mostram, logo, o modo de produção, não tem uma existência real, por isso a expressão “abstrato”. A formação social de uma determinada sociedade, são objetos concretos. Sendo assim, mesmo falando em modo de produção escravista, é apenas um modelo, onde o escravismo se insere como forma concreta. Partindo disto, quando falamos em escravismo, estamos analisando uma sociedade em que as relações sociais estão pautadas entre o senhor (dono) e o escravo (propriedade). Sendo assim, nesta, uma classe social detém o controle das condições pessoais e materiais da produção, além do monopólio do aparato burocrático, da criação das leis e da propriedade.
Referências:
COLAO, Magda Maria. O Modo de Produção: Categoria do Materialismo Histórico. Movimento (ESEFID/UFRGS), Porto Alegre, v. 12, n. 2, p. 143-169, dez. 2007. ISSN 1982-8918. Disponível em: <https://seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/2907>. Acesso em: 25 fev. 2020. doi:https://doi.org/10.22456/1982-8918.2907.
MANGOLIN, Cesar de Barros. O conceito de modo de produção. 2010. Este texto foi escrito exclusivamente como material de apoio e introdutório aos participantes
do Módulo Marxismo, do Curso Livre de Humanidades – UMESP